SEGURANÇA
DECEA sedia workshop visando à interoperabilidade no setor de aviação
O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), responsável pelo controle do espaço aéreo brasileiro, e o Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), coordenaram o I Workshop Cyber & SWIM (do inglês System-Wide Information Management). O evento, realizado em 25 e 26 de maio, no auditório do DECEA, no Rio de Janeiro (RJ), reuniu profissionais liberais, universidades, indústria e empresas governamentais com especial atenção para a interoperabilidade e o trânsito seguro da informação.
De acordo com o Chefe do Subdepartamento de Operações do DECEA, Brigadeiro do Ar Luiz Ricardo de Souza Nascimento, o SWIM é um conceito mundial, que traz mudanças no serviço aeronáutico e na segurança da informação. “Vamos mudar, dar sustentabilidade para o negócio, prestar um serviço baseado nas melhores práticas internacionais sem desperdiçar o poder da indústria brasileira”, afirmou. O conceito SWIM, que consiste em padrões, infraestrutura e governança que permitem a gestão de informações de ATM (gerenciamento de tráfego aéreo), aponta para o aumento da consciência situacional por meio da troca de informações em tempo real, asseguradas a qualidade, integridade e segurança.
O primeiro evento oficial sediado no DECEA teve participação ampla de setores da aviação: DECEA, Atech, Boeing, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPDq), Gol, Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Universidade de Brasília e Universidade de São Paulo (USP). “No Brasil, o DECEA é o principal ator fazendo a coordenação, agregando as contribuições da área de meteorologia, da área de informações aeronáuticas e das áreas de gerenciamento de fluxo de tráfego para prover o framework chamado SWIM”, descreveu o Tenente-Coronel Antônio Márcio Crespo, do DECEA.
Quanto à segurança cibernética, o subdiretor de pesquisa do ICEA, Tenente-Coronel Aviador Alexandre de Barros Barreto, destacou a importância de conhecer as tecnologias utilizadas em outros países. “É preciso permitir a entrada de outros atores, como a academia, indústria, operadores e reguladores para descobrir quais são as melhores práticas para que se possa construir um modelo que seja coerente com a realidade brasileira. Este workshop tem uma importância fundamental porque traz à tona a reflexão sobre como proteger de forma efetiva o SISCEAB de hoje, projetando as necessidades e estratégias futuras”, pontuou.
O Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA), por sua vez, está em estudos para adequar o AIXM (Aeronautical Information Exchange Model) – gestão e distribuição de dados dos Serviços de Informação Aeronáutica (AIS) em formato digital - ao padrão SWIM. A Universidade de Brasília (UnB) também tem participado deste processo. A partir do evento será criado um Comitê Técnico-Operacional, com a participação da comunidade acadêmica – UnB, Escola Politécnica da USP, ITA – indústria, companhias aéreas, coordenado pelo DECEA, com apoio do ICEA, para delineamento de ações que se traduzam na aplicação do conceito no Brasil.
Benefícios
A implementação do SWIM no SISCEAB projeta os seguintes:
- Melhoria da tomada de decisão das partes interessadas durante pré-voo, voo e pós-voo;
- Aumento do desempenho do sistema;
- Comunicações mais flexíveis e menos onerosas em normas comuns para o intercâmbio de informações;
- Acoplamento mínimo, que minimiza o impacto entre produtores e consumidores de informações; e
- Suporte ao gerenciamento de controle de tráfego aéreo.